Artigo Prisma Planck E

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Werner, Niels e a Linguagem

"O limite da minha linguagem estabelece o limite do meu mundo."

Ludwig Wittgenstein

 

Na incrível parceria entre Werner Heisenberg e Niels Bohr, um dos aspectos mais importantes, na determinação dos parâmetros do que seria a mecânica quântica foi –sem sombra de dúvida- a aplicação da linguagem.

Para Bohr, era essencial que num experimento, as observações pudessem ser descritas com base nos conceitos da física clássica e isso representa o paradoxo da teoria quântica.  De um lado, a mecânica quântica cria leis que diferem daquelas clássicas e de outro, todas as observações feitas o são com base na física newtoniana.

É aí que Heisenberg delineia o Princípio da Incerteza, ao afirmar que a descrição teórica do fenômeno quântico há que contemplar a clara distinção entre fenômeno e observador (ou seu aparelho).

A linha demarcatória pode ser passível de escolha mas, do lado do observador, somos obrigados não apenas à utilização da linguagem da física clássica, como estamos sujeitos a uma realidade descrita pela mecânica clássica.

E Bohr rebate que a ciência é a observação de fenômenos e é a linguagem, a comunicação a terceiros, o veículo encarregado da verificação.  Só há base para entendimento depois da concordância sobre a ocorrência.

A linguagem pode produzir no ouvinte imagens, representações que acabam por dirigir suas ações e resultam mais poderosas do que as conclusões às quais se chegaria através de uma reflexão ponderada.

Como podemos classicamente concluir, há cientistas e cientistas.

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