“A dificuldade não está tanto em desenvolver novas ideias, mas em escapar das antigas.”
John Maynard Keynes
Em meados do século XIX, o óleo de baleia usado para iluminação tornou-se muito caro, devido à caça predatória. A busca por uma nova fonte de combustível que garantisse a iluminação era urgente e assim começou a indústria do petróleo.
Inicialmente, o refino de petróleo se preocupava apenas com a produção de querosene e, como subproduto, toda a gasolina era sistematicamente despejada nos rios. Este é provavelmente o melhor exemplo de uma deseconomia.
Do ponto de vista ambiental, quando utilizamos a fórmula mais comum da gasolina e calculamos a deseconomia correspondente a 1kg despejado nos rios, encontraremos 50g de benzeno e 350g de tolueno.
Dentro dos cenários:
“Abordagem orientada para o problema: linha de base (CML, 1999) - Toxicidade humana (HTP inf) - HTP inf. (Huijbregts, 1999 & 2000)”, a emissão de benzeno em água doce tem um potencial de impacto ambiental -EIP- de 1.830,88 e a emissão de tolueno em água doce tem um potencial de impacto ambiental (EIP) de 0,30276;
“Abordagem orientada para o problema: linha de base (CML, 1999) - Ecotoxicidade aquática de água doce (FAETP inf) - FAETP inf. (Huijbregts, 1999 & 2000)”, a emissão de benzeno em água doce tem um potencial de impacto ambiental -EIP- de 0,09144 e a emissão de tolueno em água doce tem um potencial de impacto ambiental (EIP) de 0,29451;
“Abordagem orientada para o problema: linha de base (CML, 1999) - Ecotoxicidade aquática marinha (MAETP inf) - MAETP inf. (Huijbregts, 1999 & 2000)”, a emissão de benzeno em água doce tem um potencial de impacto ambiental (EIP) de 0,00265 e a emissão de tolueno em água doce tem um potencial de impacto ambiental (EIP) de 0,00124;
“Abordagem orientada para o problema: linha de base (CML, 1999) - Ecotoxicidade sedimentar de água doce (FSETP inf) - FSETP inf. (Huijbregts, 1999 & 2000)”, a emissão de benzeno em água doce tem um potencial de impacto ambiental (EIP) de 0,06950 e a emissão de tolueno em água doce tem um potencial de impacto ambiental (EIP) de 0,21059;
“Abordagem orientada para o problema: linha de base (CML, 1999) - Ecotoxicidade sedimentar marinha (MSETP inf) - MSETP inf. (Huijbregts, 1999 & 2000)”, a emissão de benzeno em água doce tem um potencial de impacto ambiental (EIP) de 0,00143 e a emissão de tolueno em água doce tem um potencial de impacto ambiental (EIP) de 0,00127;
“Abordagem orientada para o problema: linha de base (CML, 1999) - Ecotoxicidade terrestre (TETP inf) - TETP inf. (Huijbregts, 1999 & 2000)”, a emissão de benzeno em água doce tem um potencial de impacto ambiental (EIP) de 0,000014 e a emissão de tolueno em água doce tem um potencial de impacto ambiental (EIP) de 0,000014.
Seguindo os cenários de referência mencionados acima, teríamos as seguintes deseconomias relacionadas ao despejo de 1kg de gasolina em água doce:
Toxicidade humana: 91,5 teq 1,4-diclorobenzeno para 50 g de benzeno e 0,10598 teq 1,4-diclorobenzeno para 350 g de tolueno;
Ecotoxicidade aquática em água doce: 0,004572 teq 1,4-diclorobenzeno para 50g de benzeno e 0,103075 teq 1,4-diclorobenzeno para 350g de tolueno;
Ecotoxicidade aquática marinha: 0,000133 teq 1,4-diclorobenzeno para 50g de benzeno e 0,000432 teq 1,4-diclorobenzeno para 350g de tolueno;
Ecotoxicidade sedimentar em água doce: 0,003477 teq 1,4-diclorobenzeno para 50g de benzeno e 0,073706 teq 1,4-diclorobenzeno para 350g de tolueno;
Ecotoxicidade sedimentar marinha: 0,00007 teq 1,4-diclorobenzeno para 50g de benzeno e 0,0004459 teq 1,4-diclorobenzeno para 350g de tolueno;
Ecotoxicidade terrestre: 0,0000007 teq 1,4-diclorobenzeno para 50g de benzeno e 0,000004956 teq 1,4-diclorobenzeno para 350g de tolueno.
O cenário de referência adota o 1,4-diclorobenzeno como fator de equivalência. Portanto, a deseconomia total relacionada a 1kg de gasolina despejada nos rios é de 91,79 teq 1,4-diclorobenzeno. Considerando que o preço médio de mercado do 1,4-diclorobenzeno é de US$2.000,00/t, chegamos aos seguintes valores de deseconomia para 1kg de gasolina despejada nos rios:
Toxicidade humana: US$ 183.211,96;
Ecotoxicidade aquática de água doce: US$ 215,29;
Ecotoxicidade aquática marinha: US$ 1,13;
Ecotoxicidade sedimentar de água doce: US$ 154,37;
Ecotoxicidade sedimentar marinha: US$ 1,03;
Ecotoxicidade terrestre: US$ 0,01.
Seguindo esse raciocínio, podemos concluir que a deseconomia causada por 1kg de gasolina despejada nos rios, nos cenários adotados, é de US$ 183.583,79.
Mas este é apenas um lado da história. Agora, parece quase insano que 160 anos atrás, costumávamos jogar fora um produto tão valioso como a gasolina. De acordo com a US Energy Information Administration, o consumo global de gasolina em 2020 foi de 8,73 bbl/d, o que equivale à movimentação de mais de US$500 bilhões/ano. Com a monetização das deseconomias, é possível encontrar novas e lucrativas possibilidades de subprodutos e resíduos. É apenas uma questão de perspectiva e mercado.
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