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O Tempo de Henri Bergson

“Tempo é uma tempestade onde estamos todos perdidos.”

William Carlos Williams

 

 

Einstein disse que a associação do tempo à irreversibilidade é uma ilusão.  Hawking introduziu a noção do tempo imaginário e Prigogine relata amplamente seu problema com a aceitação de fatos.  Se é que podemos tratar por fatos aquilo que definitivamente ocorre em um modelo de Universo.

Antes disso, porém, o filósofo laureado com um Nobel, Henri Bergson parte do princípio que o tempo é uma invenção ou é absolutamente nada.

Em seu artigo O Possível e o Real, Bergson define o tempo como um jorro de novidade imprevisível, que é adequado, adaptado, lido, por nossos metabolismos inseridos em um Consensus.

Se partimos da potencialidade, para a possibilidade, para a probabilidade e deparamo-nos com a ocorrência, o fazemos porque existe uma Flecha do Tempo e, para lidar com este tão ambicionado estreitamento, onde sempre buscamos deslindar as condições da ocorrência, criamos uma abordagem para o Universo que cabe em nosso Consensus, permitindo-nos a compreensão do possível.  Evidentemente, este possível vem da potencialidade e não de um estado inicial qualquer.

Esse possível também foi amplamente estudado por Whitehead, que entende a possibilidade como um fundamento do Consensus, onde as bifurcações da Natureza –apontadas como possibilidades na topologia de Poincaré- variam entre o que são e aquilo que interpretamos.

E aí reside a beleza do que compartilham Bergson e Whitehead.  Ao invés de uma abordagem científica, que tem origem no classicismo e limites para lá de precisos, em sua segmentação, o ponto de partida para conhecermos o que nos cerca deveria ser profundamente fundamentado na imaginação.

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