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O Quarto Chinês

“Não, fatos é justamente o que não há, apenas interpretação.”

Friedrich Nietzsche

 

A ideia é tão boa, que até Sidney Sheldon a usou, no livro If Tomorrow Comes.

Empolgado com suas descobertas, Alan Turing acreditava na inteligência artificial e, para substanciar sua tese, propôs um teste entre dois interlocutores que conversam a partir  de ambientes separados.  Um é humano, o outro, máquina.  Se, durante a conversa, um deles não identificar o outro como máquina, é porque o cérebro eletrônico seria tão inteligente quanto o humano.  Para Touring, este momento chegaria por volta do ano 2000.

Talvez um pouco simplista, a experiência de Turing foi contestada –nos anos 1980- por John Searle, um filósofo norte-americano.

Searle propõe um experimento mental que chama de quarto chinês.  Ao invés da relação direta entre o homo e o computador, introduzimos um homo instalado em uma quarto, totalmente isolado, senão por duas frestas nas paredes:  de uma delas, recebe perguntas escritas em chinês, às quais deve responder, ainda que não entenda um ideograma.  O homo introduz as perguntas na outra fresta, onde se encontra um chinês.  Este responde as questões que agora, fazem o caminho inverso, passando –através da fresta- às mãos do homo dentro do quarto, que as transfere –através da primeira fresta- à quem questiona.

Evidentemente, as respostas satisfazem plenamente o questionador e ainda assim, o homo no quarto continua não entendendo uma frase, em chinês.

O que faz –e que Searle pretende demonstrar- é o papel do computador que, através do emprego de algoritmos cada vez mais sofisticados, encontra as respostas corretas, ainda que não apreenda seus significados.

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