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O Quark e o Intelecto

“A voz do intelecto é um sussuro, mas que

não descansa enquanto não for ouvido.”

Sigmund Freud

 

Quando Murray Gell-Mann postulou o quark, ele o fez a partir de seu intelecto gigantesco e sendo assim, tinha plena convicção de sua qualidade dentro da teoria da mecânica quântica.

Ou seja, Gell-Mann nunca tratou sua partícula como um pedaço de realidade.  Ainda assim, o quark é eterno.

Hoje temos centenas de partículas, mais ou menos tratadas como expressões do real e neste processo, o quark foi ganhando complexidade.

Para começar, temos dezoito tipos de quarks, pertencentes a três famílias e caracterizados por duas propriedades:  sabor e cor.  Evidentemente, sabor de quark não tem nada a ver com um pudim de leite ou com o vermelho-Valentino; são qualidades abstratas.  Em cada uma de suas famílias, os quarks podem ter dois sabores e três cores e com isso, chegamos aos 18.

A matéria que cria nosso mundo é formada de apenas por dois sabores de quarks (up e down).  Os outros tipos, são encontrados apenas nos aceleradores de partículas.

E estes nossos quarks são sempre os mesmos, em sua eternidade? Primeiramente, esta eternidade refere-se ao quark que ocupa aquela posição, em um dado momento.  É o conceito-quark e não o indivíduo-quark.  Isso posto, não.  Os quarks podem mudar de sabor, desde que sua carga elétrica também mude.

Sim.  O quark pode se transformar, mas não sem consequências.  Quando um quark up torna-se down, o próton se transforma em nêutron e emite um pósitron e um neutrino.

O pósitron é a antipartícula do elétron e o neutrino, uma partícula de massa neutra que, aos zilhões, atravessa nossos corpos, a todo o instante.

E isso, é simplesmente o exercício de nossos neurônios, criando intelecto.

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