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O Nirvana da Simetria

“O desejo de simetria, de equilíbrio, de ritmo na forma como

bem como no som, é um dos mais inveterados instintos humanos.”

Edith Wharton

 

A partir da granulação grosseira, existe simetria, na Natureza.  Sim, porque se descemos ao nível do detalhe, aquela ponta do cristal de gelo não é exatamente igual àquela a que se opõe;  o desenho de uma asa da borboleta não é um carimbo da outra.  A partir da perspectiva humana, buscamos constantemente (e portanto, encontramos) simetria.  Até aonde fica muito claro que esta não existe.

Se você observar a foto que ilustra este artigo, vai notar que existe um Buda iluminado dentro do fractal primevo de Mandelbrot.  E isso ilustra perfeitamente a busca humana onde, através da simetria, certamente encontraremos a paz.  O que vai de encontro ao que é natural.

A Natureza é selvagem, devastadora, cruel.  Está muito mais para o Deus raivoso e vingativo do Gênesis do que para o Satori.  Ainda assim, criamos um Consensus tão sofisticado, que só vemos simetria.  Nos pinheiros, abacaxis e pitangas.

Quando assistimos a um leão devorando uma gazela Thomson, sublimamos o horror do estraçalhamento e sangue, focando na força da Natureza.  Ao mesmo tempo, criamos camadas e mais camadas de verniz para obscurecer o animal selvagem que nos habita.

Na física moderna, onde estamos constantemente buscando por simetrias, enevoando o desconhecimento fundamental com as  interrelações alcançando complexidades que decaem em ocorrências, são as simetrias, as supersimetrias que dão origem às forças.

De alguma forma que realmente me escapa, adotamos nossas abstrações matemáticas como fundamentos físicos e na ânsia por respostas, definimos simetrias impossíveis como os tijolos fundamentais da Natureza.  Tão fundamentais quanto o bóson de Higgs?

Sim.  Exatamente.

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