“Meu pai é um homem desprezível.”
David Berman
Em 2012, a fortuna de Eike Batista foi estimada pela Forbes em US$30 bilhões. Em janeiro de 2017, ele foi preso, por seu envolvimento na Lava-Jato.
Antes de continuar, acho importante fazer uma colocação sobre a Teoria do Cérebro Triuno, proposta por Paul MacLean em 1970.
Para o eminente cientista, as porções que compõem o cérebro triuno desenvolveram-se em momentos diferentes. Tais estruturas diferem, bem como se utilizam de quantidades acentuadamente diversas de neuroquímicos.
A primeira formação de uma estrutura cerebral é o que MacLean chama de cérebro reptiliano ou chassi neural, detém os mecanismos fundamentais de autopreservação e reprodução, incluindo-se aí o batimento cardíaco, a respiração e a circulação sanguínea; processos automáticos em nossos organismos, sobre os quais –praticamente- não temos muita ingerência. O reptiliano forma-se há centenas de milhões de anos. Envolvendo este chassi neural, encontramos o sistema límbico ou o segundo cérebro que –estima-se- tenha se desenvolvido há 150 milhões de anos e que dividimos –em sua completude- apenas com outros mamíferos. Por fim, recobrindo este sistema, encontramos o neocórtex que, nos golfinhos, baleias e seres humanos, é mais maciço e sofisticado. Estudos indicam que o neocórtex teria surgido há dezenas de milhões de anos, entretanto a aceleração de seu desenvolvimento ocorre a partir do surgimento do ser humano.
Como adoto o cérebro triuno em todos os meus livros, batizei suas estruturas. Saltie, como referência ao terrível crocodilo dos mares australianos; Callas, referindo-se à temperamental diva e Neo, o personagem principal do filme The Matrix.
Voltando, ao tema deste artigo, Eike Batista –como todo saltie que se preza- começa seu caminho bilionário com uma maracutaia: uma termelétrica em Cuiabá que era –no início do milênio- alimentada por um ramal do GASBOL, que derivava antes da fronteira. Enquanto o gás natural boliviano chegava ao Brasil a US$3,50/MMBtu, o mesmo chegava na térmica de Eike a US$1,50/MMBtu.
Não há estranhamento no volume de dinheiro amealhado em pouquíssimo tempo. Com ele, vieram os amigos políticos e com estes, as benesses da Pasárgada que é o Brasil, desde Cabral.
Carismático, bonitão, casado com uma modelo famosa, Eike começa a criar seu império de papel: mineração, petróleo, gás, logística, energia, indústria naval e carvão mineral. O sexto homem mais rico do mundo tem tudo o que o dinheiro pode comprar e dinheiro, não falta.
Mas o mercado tem o estranho hábito de cobrar resultados e as promessas de entrega de quantidades astronômicas de minério para a China não se concretizam; os bilhões de barris prometidos não se enchem de petróleo. É quando Eike Batista aferra-se ao personagem, acreditando que o simples fato de anunciar algo, manifestar-se-á em realidade. Como aconteceu com Kenneth Lay, como aconteceu com Bernie Madoff e Elizabeth Holmes.
E até teria conseguido mais um vultoso empréstimo do BNDES, não fosse o enredamento de todos os seus amigos no Petrolão e na Lava-Jato. E Eike Batista foi preso. Como aconteceu com Kenneth Lay, como aconteceu com Bernie Maddof e Elizabeth Holmes.
O problema do Eike da vez é que ele acha que nunca vai acontecer com ele. E sempre, cada país, cada governo, tem um Eike da vez. Por vezes, ele até sobrevive às mudanças de governo. Mas, em algum momento, é desmascarado e cai.
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