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O Buraco de Minhoca

“Esperar o inesperado demonstra um intelecto verdadeiramente moderno”  Oscar Wilde

 

Há alguns dias saiu na mídia que cientistas teriam criado um buraco de minhoca em laboratório.  Evidentemente, não.

Mas, o que é –na mecânica quântica- um buraco de minhoca e por que do nome?

Ao afirmar que Deus não jogava dados e ser totalmente vencido pela brilhante argumentação de Niels Bohr, na Conferência da Solvay de 1929, Albert Einstein cortou relações com a mecânica quântica.  Mas, como adorava um palco e o último tinha ocorrido em 1915, em 1935 juntou-se ao matemático Nathan Rosen e propôs a utilização da Teoria Geral da Relatividade para explicar a existência de pontes na dimensão espaço-tempo.

No entanto, a ideia original era do físico austríaco Ludwig Flamm que, em 1916, conceituou o buraco branco, como uma teórica reversão de tempo de um buraco negro, criando uma conexão entre ambos.

Ou seja, o buraco de minhoca é uma passagem espaço-temporal que permitiria encurtar viagens através do espaço sideral.

Batizado com o pomposo “Pontes de Einstein-Rosen”, o buraco de minhoca é muito mais a cara da irreverência dos mecânicos quânticos e a sacada é a existência de duas bocas!

Para ser reconhecida, uma teoria precisa ser validada tanto matemática como fisicamente e, até o momento, a possibilidade de um buraco de minhoca só existe na matemática.

Ainda que as séries de ficção científica usem e abusem de viagens no tempo, através dos buracos de minhoca -e mesmo que sua existência venha a ser comprovada- isso nunca seria possível, pois eles só existem em um nível microscópico, algo como 10^-33cm.

Como ciência e imaginação necessariamente caminham juntas, há a possibilidade de redimensionamento a maior destes, acompanhando a expansão do universo.

Não é absolutamente fantástico?

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