“Antes de trabalharmos a inteligência artificial não deveríamos
fazer algo relacionado à estupidez natural?”
Steve Polyak
Surfando a onda dos recentes avanços em Inteligência Artificial, voltemos àquela atual e predominante corrente de cientistas simplórios que, se não encontram uma resposta que lhes seja confortável, postulam-na.
Essa corrente faz um paralelo entre o funcionamento de nossos cérebros e os computadores. A partir daí, é evidente que tudo fica altamente previsível e deliciosamente confortável. Infelizmente, faltou combinar com a realidade.
Os zeros e uns de um computador tradicional se muito, corroboram a dicotomia do Consensus; enquanto os qubits, qutrits e o que mais vier -adicionando dimensões à avaliação de cenários, na computação quântica- não alteram o abismo que separa o processamento de dados realizado por nossos cérebros e a inteligência artificial, ainda que esta última tenha uma capacidade de processamento infinitamente superior à nossa.
Voltando aos cientistas “9 to 5,” que tratam a consciência como uma propriedade emergente das conexões neuronais e, portanto, enxergam o computador quântico como o caminho para a emergência da IA a partir do maciço número de interconexões, nós temos –fisicamente- três estágios cerebrais, desenvolvidos em diferentes períodos: o chassi cerebral, responsável pela sobrevivência: abrigo, comida, procriação; o sistema límbico, responsável pelas emoções e o neocórtex, que nos permite o raciocínio.
É a complexa interrelação daquilo que nossos sentidos captam, através dessas três diferentes porções de nosso cérebros que redundam em nossa noção do eu.
A consciência -como um nível superior desta complexidade- permite, segundo o Princípio da Incompletude de Gödel, a avaliação do funcionamento do cérebro mas, jamais, de si mesma.
Sem sombra de dúvidas, extremamente desconfortável.
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