“Estamos todos conectados via internet,
como neurônios em um cérebro gigantesco.”
Stephen Hawking
Um dos conceitos mais interessantes em neurobiologia vem do cientista francês Jean-Pierre Changeux. Para ele, existe a possibilidade do homo neuronal, ou um ser capacitado, pela inteligência artificial, a amar.
Como tema do artigo, voltaremos a Changeux. No entanto, acho interessante darmos uma passadinha em um grupo de cientistas que excitou os anos 1990 com o conceito de biocomputadores. Dentre os mais empolgados, estava Frjtof Capra.
A ideia dos biocomputadores surge na mesma época do projeto genoma: a partir da decodificação do DNA, seria possível nele introduzir-se nanochips com base em diamantes que , através de alquilação, incorporariam esse nanomaterial ao nosso metabolismo.
Como provavelmente você nunca ouviu falar disso, dá para se concluir que a ideia não prosperou. É a eterna combinação de arrogância, ignorância e um otimismo que não conhece barreiras, na raça humana.
Só para dar a dimensão da falha, hoje sabemos que cerca de 2% do DNA faz todo o trabalho. Sim. Os demais 98%, conhecidos como ncDNA, era considerado –até bem pouco tempo- como lixo. Sério?
Momento perfeito para voltarmos a Changeux.
Para o neurobiologista, o avanço da Inteligência Artificial a partir de sua combinação a nossos metabolismos era uma questão de tempo. Para ele, a inexistência de consciência nos computadores atuais encontraria uma resposta absolutamente lógica e satisfatória na Flecha do Tempo: o cérebro humano levou mais de um bilhão de anos até que alcançasse a consciência, enquanto os computadores têm início nos anos 1950.
O homo neuronal de Changeux é um biocomputador e esse caminho demonstrou-se a nós tão desolador que o abandonamos.
O que vale mesmo, é a consciência de Changeux, sua inteligência que, através de incontáveis interrelações neuronais concebeu essa ideia. Naturalmente.
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