Artigo Prisma Planck E
Há Sempre um Começo?
Data publicação: 2023-04-26
Date modificação: 2023-04-26
Tempo de leitura: 00:00:58
Autor(a): Patrizia Tomasi-Bensik
“Nossa individualidade e tudo, tudo, o que temos.”
Tom Robbins
Sempre que propunha ou discutia algo relacionado à mecânica quântica –e, tenho eu a impressão, no que se referia a tudo mais- Werner Heisenberg ressaltava que nossa apreensão está diretamente ligada a nosso metabolismo e, portanto, restrito à interpretação por ele parametrizada.
Em nossa lógica, que é aristotélica e postula dogmaticamente a Flecha do Tempo, tudo tem início e fim. Neste momento, concentremo-nos no início.
Se nosso sistema conceitual abarca incondicionalmente a noção de origem de algo, sendo a abstração a única possibilidade de sua ausência, a materialidade da realidade instala-se irrevogavelmente.
Para nós, o real é tangível. Assim, aceitamos placidamente algo quase pueril: algo extremamente denso e quente, do tamanho de uma bola de gude explode, dando origem ao Universo. E com ele, nascem também Espaço e Tempo.
A partir da teoria do Big Bang, proposta pelo padre belga George Lemaître, encontramos corroboração para tudo. Exatamente como os criacionistas.
A partir do dogmático postulado, George Gamow, um físico russo, naturalizado norte-americano propõe que durante os primeiros 300 mil anos do Universo, sua temperatura e densidade eram tão extremas, que qualquer das estruturas hoje existentes, por exemplo, as estrelas, não teria a menor condição de formação. Estranhamente, Gamow propõe que só haveria partículas fundamentais e...luz!
E, dentro das inúmeras possibilidade explicativas, optamos por crer que há uma radiação de fundo, originada no Big Bang e que o consubstancia.
Exatamente como acreditávamos piamente no modelo defendido por Ptolomeu, em seu Almagesto. Somos por demais arrogantes, para aceitarmos a extensão de nossa ignorância.
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Palavras Chave
- mecânica quântica
- Werner Heisenberg
- Teoria do Big Bang
- George Gamow
- Almagesto
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