Artigo Prisma Planck E

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Fulereno e a Fronteira

“A poesia é como um pássaro.  Ignora todas as fronteiras.”

Yevgeny Yevtushenko

 

Hoje, na Academia, existe uma pergunta que não quer calar: onde reside a fronteira entre nossa realidade e a mecânica quântica?

Antes é preciso entender que, no mundo quântico, em dado período de tempo, tudo pode acontecer.  E acontece.  Entretanto, é muito mais fácil uma partícula decair em determinada outra, do que eu encontrar o livro Ivanhoe em meu jardim.

Note bem que não é impossível, mas apenas muito (muito) improvável.  Isso, porque as probabilidades relacionadas à ocorrências do infinitamente pequeno são vastíssimas, enquanto a estabilidade de um zilhão de partículas arranjadas em um livro específico, dando sopa no meu jardim são –dentro do Consensus, ridículas.

É aí que entra o fulereno.  A molécula composta de 60 átomos de carbono é o objeto mais pesado e complexo a revelar um comportamento ondulatório.  E é exatamente este comportamento duplo que lhe garante a condição de suposta fronteira entre o mundo quântico e o macro.

A relação quântica com fulerenos começa na alta simetria e isotopia pura que, aparentemente, permitem que o macro sofra interferência (medida em laboratório) do quântico.  É interessante observar que a propagação ao de centro de massa do fulereno ocorre integralmente.  Ou seja,o fulereno é uma partícula!

Pode ser que o fulereno carregue em si a tão almejada ponte entre o que vemos e o que somos; pode ser que essa fronteira não exista.  Fato é, que a incertitude jamais desaparecerá.  Porque o comportamento das partículas é sempre surpreendente, porque o tempo das partículas é outro, porque o espaço das partículas nos é desconhecido.

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