“A ética é violada no instante em que faço uma exceção a mim.”
No cenário IS-92a do IPCC, adotado no Protocolo de Kyoto, para 2100 estima-se uma população mundial que varia entre 7 e 15 bilhões de pessoas; projetando um aumento nas emissões de gases de efeito estufa tanto na materialização máxima da economia como em sua máxima desmaterialização. Evidentemente, o mundo está caminhando para a pobreza.
Em 1997, um estudo ultrassecreto de Ian Wilmut, do Instituto Roslin (Escócia) redundou na ovelha Dolly.
Sim, existe um componente fortíssimo de brincar de deus; mas é só aí, que reside o problema?
Evidente que o fato do público saber apenas o resultado da experiência; de não ter havido qualquer tipo de debate quanto a ética envolvida na clonagem laboratorial de organismos; nas consequências de iniciativas como essas, que começam na eugenia e terminam no nazismo são para lá de censuráveis. No entanto, existe um debate importantíssimo que envolve a eterna relação entre o ego e o coletivo.
Vou jogar esse lixinho aqui mesmo, tanto, sou só eu...vou comprar esse carrão que consome um bilhão de litros de gasolina, mas a vida é assim mesmo, poucos têm dinheiro para tanto e eu tenho...vou ter um filho; tanto, desde Malthus existe a teoria de que existe gente demais no planeta e isso, em 1773...
E se não bastasse, vamos clonar.
Tudo bem? Os meninos do Brasil realmente existiram ou foi só mais uma loucura do nazismo?
A questão fundamental aqui é a identidade genética. A clonagem destrói a individualidade? Se sim, a questão está resolvida e paramos por aqui. Se não, resta saber como o homo vai receber, vai tratar o ser clonado. Haverá suficiente compreensão biológica para tratá-lo como...o quê? Conseguiremos alcançar um patamar de empatia que nos permitirá respeitar a ausência de singularidade sem destruirmos a individualidade que lhe garantirá autonomia?
Acho que todas essas perguntas encerram claramente a resposta humana.
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