“A pior cegueira é a mental, que faz com que não reconheçamos o que temos a frente.”
José Saramago
Fiquei muito triste com a morte de James Lovelock.
Pensando nele, em seu trabalho, impossível não lembrar do fantástico Carl Sagan, que desafiou a comunidade científica, publicando a Hipótese Gaia na revista Icarus, da qual era editor. A rejeição da quase poética teoria de Lovelock e Lynn Margulis –que, por sinal, foi casada com Carls Sagan- foi tal, que somente em 1990 uma revista do calibre da Nature, a publicou: https://www.nature.com/articles/344100a0.
E como uma coisa leva a outra, comecei a pensar em Sagan e em sua apaixonada defesa da vida extraterrestre.
Acho absolutamente impressionante que desde o momento em que o Pedrinho Neandertal levantou a cabeça e viu o céu, até fins dos anos 1970, um dos assuntos mais discutidos na comunidade científica era a possibilidade de não estarmos sós, no Universo. Em 1975, o simpósio Life Beyond Earth and te Mind of Man contou com a presence de renomados cientistas: Dr. Richard Berendzen, Dr. Ashley Montagu, Dr. Philip Morrison, Dr. Krister Stendahl, Dr. George Wald e, evidentemente, Dr. Carl Sagan.
Em uma conversa inteligentíssima e bem humorada, os debatedores deleitaram a plateia. O interessante a ser observado, é que, a partir dos anos 1980, o tema foi perdendo força; o programa espacial da NASA, foi perdendo força, até que os ônibus espaciais pararam de voar, em 2011.
Acredito que existe um momento preciso, que decretou a morte de nossa curiosidade relacionada à vida em outros planetas e este momento, é –por ironia das ironias- a base da Hipótese Gaia.
Em 1963, Lovelock trabalhava no no Jet Propulsion Laboratories, em um projeto que objetivava a construção de instrumentos detectores de vida em Marte. Diante das dificuldades mecânicas que encontrava, Lovelock se perguntava por que o modo de vida -se vida houvesse em Marte- caberia no nosso modelo? E daí, buscou o entendimento científico para o que denominamos vida. De início, observou que a característica mais abrangente do que podemos chamar de vida envolve uma vesícula, onde algo entra, este algo é processado e outro algo sai. Se assim é no micro, Lovelock entendeu que seria interessante avaliar o macro. Com Dian Hitchcock, começou a estudar a atmosfera de Marte, buscando similaridades com a atmosfera terrestre. Deve ter sido um momento de êxtase, quando perceberam que tanto Terra como Marte têm suas atmosferas compostas de O2 e CO2. O que muda –e muda muito- são as concentrações destes gases. A conclusão absolutamente genial a que Lovelock chegou, foi que, a atmosfera marciana não admite a possibilidade do que conhecemos por vida e é por conta disso, que todas as possíveis reações químicas na atmosfera daquele Planeta já ocorreram, uma vez que há ali um equilíbrio químico total.
Evidentemente, essa conclusão científica tomou seu tempo, até instalar-se confortavelmente em nossa realidade.
Em 2024, a Artemis 2 vai levar 4 astronautas de volta à órbita lunar e, talvez, voltemos a debater a possibilidade de vida extraterrestre. Não seria interessante se, ao invés da proposição de Lovelock, como definição de vida, adotássemos a consciência (ou senci~encia ou espiciência), como premissa maior? Certamente, tudo ficaria mais fácil: ao invés de vencermos anos-luzes de distância, buscando soluções através de buracos de minhoca, usaríamos nossas mentes. Seria bom. Faz muito tempo que não usamos nossas mentes...
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