Artigo Prisma Planck E

• Home
• Artigos
• Comunicados
• Relatórios

---

Consequências Inesperadas

“A única coisa que deve nos surpreender é

que ainda existem algumas coisas que podem nos surpreender.”

François De La Rochefoucauld

 

Existe um padrão comportamental denominado Consequências Inesperadas, que começou a ser explorado por Robert Merton, em 1936.

Até 2013, as usinas produtoras de açúcar e álcool lideravam os projetos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo-MDL, da UNFCCC.  O MDL é um dos três mecanismos de flexibilização do Tratado de Kyoto-TK a gerar créditos de carbono.  A partir daquele ano, os projetos todos caíram na condição de negócio usual e, em não sendo mais adicionais, não poderiam gerar os créditos.  Como sói, os coronéis pressionaram a UNFCCC de todas as formas e, acostumados a alcançarem seus objetivos espúrios no Brasil, amargaram a derrota diante da colocação claríssima do braço da ONU que trata das mudanças climáticas: “A terra deve ser usada para produção de alimentos.  O simples fato de produzir biocombustíveis não permite a geração de créditos de carbono.”

Em 2014, o setor sucroalcooleiro elege Evandro Gussi deputado federal.  Em 2017, ele propõe um projeto de lei que cria o RENOVABIO e, surpresa das surpresas, o projeto vira lei quase que instantaneamente.

O programa é crime.  É falsidade ideológica, estelionato, reserva de mercado e gera falsos créditos de carbono, os CBIO.  Sem problemas.  Os Kenneths Lays do Brasil trazem o Bradesco, Santander e a B3 para o esquema.  Outros bancos brasileiros de primeira linha não aceitaram participar da fraude.  Na tentativa inglória de dar legitimidade aos crimes, trazem também antigas Entidade Operacional Designada pela UNFCCC para fazer parte do esquema fraudulento e isso, é imperdoável, pois a SGS e BV sabe perfeitamente que o programa gera falsos créditos de carbono.

Exercitando ainda mais a musculatura, com os bolsos fundos do Lay do setor, trazem a FGV para o esquema.  E a UNICAMP.  E a EMBRAPA.  Da mesma forma que SGS e BV, se havia ignorância inicial por parte de ANP e MME, as explicações para o endosso do programa criminoso por parte de instituições de ensino e de pesquisas são duas: ignorância ou corrupção.  E nisso, o setor sucroalcooleiro brasileiro é Ph.D.

Quais as consequências inesperadas?  A banda ética da imprensa nacional e a imprensa internacional.  As matérias dos jornalistas Nicola Pamplona, da Folha de São Paulo e Peter Millard, da Bloomberg, alertando para o criminoso programa.

E o programa é suspenso, face a evidente manipulação dos preços na B3, e do meu livro, que detalha o crime e denuncia os perpetradores nominalmente.

Se volta, a Bloomberg, a Folha e eu, voltamos.

Se não volta, os mais de US$2 bilhões que os distribuidores de biocombustíveis foram obrigados a desembolsar, na aquisição compulsória de falsos créditos de carbono deverão ser ressarcidos.  Consequências Inesperadas?  Só para quem é extremamente arrogante.

Se você quer saber mais sobre adicionalidade, créditos de carbono, greenwashing, políticos que formam a bancada sucroalcooleira no senado e na câmara; se você quer entender o absurdo que é o programa RENOVABIO, leia meu livro Gerenciamento de Risco no Mercado Verde.

---

Livros Planck E

---

---

Para maiores informações sobre Prisma Planck E, entre em contato.