"Você não escapa da responsabilidade de amanhã evadindo-a hoje.”
Abraham Lincoln
Depois de uma vida dedicada ao estudo do tempo, cheguei ao Omphalos.
A partir do momento em que Pedrinho Australopitecus levanta a cabeça e vê aquele céu imenso e pontilhado de luzes, uma tecla em sua alma altera sua relação com a existência.
Dali em diante, tudo nos intriga. Por que estamos aqui, de onde viemos, para ond3e vamos, a morte é o final de tudo?
Dali em diante, queremos desesperadamente conhecer o futuro.
Começamos com as entranhas de animais, as oferendas de todo tipo e horror, para apaziguar os deuses. Passamos às folhas de chá, borra de café, leitura de mãos, chegamos ao tarot. Oráculos, pitonisas, adivinhos.
Adivinhos, porque quando buscamos conhecer o futuro simplesmente com as informações do passado e do presente, adivinhamos. E o fazemos na Flecha do Tempo, com resultados pífios.
Os orientais ampliaram o horizonte de eventos.
Ao invés do pensamento suilogístico que herdamos de Aristóteles, os orientais desenvolveram um pensamento sincronístico, baseado na contextualização de eventos. A sincronicidade, que encontra no I Ching sua forma máxima de expressão, evolve da linha para o plano, ainda da Linha do Tempo.
No entanto, a vida é tridimensional.
No Omphalos, contextualizamos eventos levando em conta sua amplitude, totalidade e cenários (potenciais, possíveis e probabilísticos) dentro da Frequência do Tempo. Com isso, buscamos levar a entropia a zero.
Exatamente como no filme Feitiço do Tempo, onde Bill Murray pisa na poça d’água até que sabe a poça. E a evita.
A repetição do mesmo dia redunda na diminuição da entropia -ou ignorância do personagem- e reduz enormemente a zona onde a probabilidade decai em ocorrência. Na mecânica quântica, dizemos que a função de onda é quântica e seu decaimento (ou a ocorrência) cruza a barreira da física clássica, tornando-se realidade. Colapsa. Sim, colapsa porque não entendemos como se dá essa mudança.
Humildemente, o Omphalos poderia transformar o colapso em ponte.
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