Artigo Prisma Planck E

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Beto, Geoff, Chico e o Nada

“A realidade vem nos mais diversos sabores.”

Steven Magee

 

L’Être et Néan, como todos os livros de Sartre (para mim) é denso, difícil e estranhamente refrescante.  Evidentemente, o li aos 18 anos, morando em Paris em uma fase bem para lá de existencialista.

Com o tempo, a mecânica quântica e a impressionante safadeza enraizada na ignorância que impera no Brasil de negócios e política, as arestas de meu existencialismo foram arredondadas e isso não é necessariamente mal, se tomarmos aquela suavizada pelos biólogos chilenos Francisco Varela e Humberto Maturana e pelo físico teórico norte-americano Geoffrey Chew.

Por caminhos diversos, com origens totalmente diferentes, Chico, Beto e Geoff imaginam –para ser fiel a Sartre- a inexistência de uma realidade externa.  Evidentemente, se assim for, não há eu.  No máximo, existo nodo funcional.

E lembrei de um artigo que escrevi não faz muito tempo, que tenta explicar porque as plantas não tem cara.

Se tudo o que existe é uma imensa, intensa e complexa rede neural, é dentro dela que criamos histórias para nós mesmos, os nodos funcionais.  E isso ficou tão forte, que demo-nos cara.  Concedemo-nos alma.  Sofisticamo-nos tanto a ponto de propor a inteligência artificial.

Enquanto tudo o que sou, é um nodo funcional?

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