“Os símbolos do eu surgem nas profundezas do corpo e expressam sua materialidade tanto quanto a consciência que percebe. O símbolo é, portanto, um corpo vivo.”
Carl Jung
É amplamente conhecido o abismo que existe entre a realidade da mecânica quântica e a nossa, ainda que esta última seja construída a partir da primeira.
Foi exatamente na busca de uma ponte que propusemos os conceitos de Consensus e Omphalos.
O mundo quântico é tão absolutamente particular, que nosso tempo não se aplica a ele, nossa velocidade não se aplica a ele, as leis da física newtoniana (ou relativista) não se aplicam a ele.
No entanto, a mecânica quântica funciona de modo impressionantemente mais acurado do que a física clássica. Isso, porque trabalha com amplitudes e frequências reais e indeterministas, em oposição às posições e velocidades ideais e deterministas.
Como já colocado anteriormente, hoje os físicos não estão preocupados com a filosofia, a compreensão da mecânica quântica, tratando-a apenas como uma ferramenta de alta precisão.
É uma pena.
Dentro do conhecimento científico atual, a mecânica quântica apresenta-se como a única possibilidade de definição da matéria. É esse caminho áspero ou a abominação do bóson de Higgs.
A coisa começa com algo do tipo: a existência da materialidade é um dogma, reforçado a cada instante pela complexidade das interrelações produzidas na realidade.
Hein?
Tradução: o que existe entre as partículas que nos formam é um imenso vazio. Porém, um vazio perene, resultado da estabilidade dos padrões comportamentais das partículas. Não das partículas em si, que são intercambiáveis, mas dos modelos de interrelações destas partículas.
Como a tradução ficou meio que do Dené–Yeniseian para o Na-dené, acho que vale dizer que a inexistência em si, de todas as coisas, é tão imaterial como a consciência.
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