Artigo Prisma Planck E

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A Complexidade da Água que Ferve

“De intensas complexidades, simplicidades intensas surgem”

Winston S. Churchill

 

Existe uma corrente muito forte de físicos e biólogos que busca a ponte entre o inanimado e a vida a partir dos princípios de auto-organização e das propriedades emergentes.

Um dos koans mais famosos é o que pergunta sobre a árvore que cai na floresta sem que ninguém observe: ela faz barulho, ao tombar?

Esta corrente científica que fortaleceu-se a partir dos anos 1940, é uma expressão do cansaço com o hermetismo da mecânica quântica.  Se esta física arredia funciona, por que haveriam de se preocupar com a filosofia que a embasa?  Da mesma forma, se considerarmos o mundo como algo existente, independentemente de estarmos dele conscientes, fica muito mais fácil encontrar alguma ponte mecanicista ligando o inanimado à vida.  Muito mais fácil.

Seguindo por esse caminho, todas as conclusões baseiam-se nos sistemas físico-químicos abertos.  Sem qualquer espécie de questionamento, postulam pontos de bifurcação, onde, de maneira abrupta, o caos passa à organização.

É o que ocorre com a água.  Ainda que haja homogeneidade, não existe estrutura.  Ao atingir o ponto de ebulição, o calor de convecção organiza o fluxo, garantindo a passagem de um estado desestruturado para auto-organizado.

Se essa corrente científica satisfaz-se com o fato da introdução do calor ser o que garante a convecção e não uma bifurcação no estado da água, bom para eles.  Por enquanto, a física está na mão de pessoas portadoras de raciocínio mais simples.

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